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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dostoiévski...

Lendo Crime e Castigo e me deparei com a seguinte passagem:

"Afligia-se e irritava-se com essas perguntas, sentindo também um certo prazer. Aliás, tais perguntas não eram de maneira nenhuma novas, nem repentinas, já eram velhas, dolorosas, antigas. Há algum tempo que já vinham ferindo e corroendo seu coração. Há muito tempo que já se enraizara e crescera nele toda a tristeza que sentia agora; nos últimos tempos ela se acumulara e se reconcentrara, assumindo a forma de uma horrvel, bárbara e fantástica interrogação que torturava seu coração e a sua alma, reclamando uma resposta urgente... Era evidente que, naquele momento, não se tratava de ficar triste, de sofrer passivamente, fazendo apenas apreciações acerca da insolubilidade daqueles problemas, mas de fazer impreterivelmente alguma coisa, imediatamente, o mais depressa possível. Fosse o que fosse, era preciso tomar uma decisão, ou... "Ou renunciar completamente à vida!", exclamou de repente, com raiva. Aceitar o destino docilmente, tal como é, de uma vez para sempre, e abafar tudo no seu íntimo, renunciando a todo o direito à ação, à viver, à amar!
- Compreende, meu senhor, o senhor compreende o que quer dizer isso de não ter para onde ir? - de repente veio-lhe a memória a pergunta que Marmiéladov lhe dirigira na noite anterior. - Porque todo homem precisa ter algum lugar para ir!"
Paginas 57 e 58, Crime e Castigo - Fiodor Mikhailovitch Dostoiévski

Sentiu? Eu senti... hehehe

By the way.. batiúchka significa meu caro...

Abaixo, nota de rodapé do tradutor:

E o personagem principal da história se chama Raskólhnikov: Nome forjado de raskol, cisão. É evidente o propósito simbolista do autor. Criando esse nome, quer mostrar, através do significado do radical, o homem cindido, atormentado pela contradição, entre as exigências que ele faz à vida, a humanidade e a si mesmo e a capacidade para realizá-las. Em Crime e Castigo, esse simbolismo não tem sentido religioso, embora os termos raskol e raskolhnik fossem na época habitualmente aplicados à seita religiosa dos Velhos Crentes e aos seus adeptos, cindidos da Igreja Ortodoxa e combatidos pelo Poder Central.

Engraçado novamente eu, me identificando com um personagem... fui atraída para uma determinada sequencia de leitura inconscientemente? Nos identificamos quando queremos? É proposital? É interessante porque não sabia o conteúdo dos livros... sabia a sinopse mas não o sofrimento de dois homens completamente diferentes mas igualmente atormentados. Não tinha parado para pensar nisso.. Interessante. Raskólhnikov e Henry Chinasky.... Dostoiévski e Bukowski! Não poderia haver disparate maior.. no entanto...

Reminiscências...

Porra, esse teclado ficou de novo sem acentuacoes... Eu nao sei como eu faco isso.. What a hell... E nem sei se a palavra do título está certa... ah porra...

Foda-se, a palavra é minha e o blog é meu e eu escrevo reminiscências do jeito que eu quiser!

Tenho uma natureza de desconfiança e aconteceu algo interessante há algumas semanas e eu fiquei com medo que desse errado. Bom para mim, a pessoa fez o que realmente disse que ia fazer. Confiei não confiando. E a pessoa foi merecedora dessa confiança. Enfim, fiquei um pouco envergonhada.

Eu tenho sentimentos muito conflitantes.
Talvez eu tenha dado uma espiada atrás das cortinas, um vislumbre de algo que não me é conhecido, não me pertence (agora vejo bem mais claramente). Mas me iludiu de tal forma, uma corrente me cerca. Não sei o sentido disso porque mesmo com o desprendimento que tenho treinado para apaziguar o sofrimento que chegou a um ponto culminante - e que aos poucos está voltando a níveis mais aceitáveis - mesmo assim é pertubador...

É algo que nunca me ocorreu e eu realmente não sei como agir...

Há ainda a possibilidade de se resguardar? De auto-preservar-se? Ou cheguei já a um ponto sem retorno?

Isso me deixa perplexa... Sei que está confuso... mas não poderia ser de outra forma.

Mudando um pouco de assunto...

Me questiono sobre tudo e ao mesmo tempo questiono a mim mesma. Será, seria, necessária a tentativa de aprofundamento das minhas questõess, das relacões interpessoais e do que há de errado comigo?
São necessárias, mas elas cobram um preço alto pela coragem e genialidade de um ser que se questiona e ao que está a sua volta.
Não sei se estou disposta a pagar por esse preço ou se sou capaz de voltar a andar com o rebanho. Estou entre a cruz e a espada.
Eles sabem algo que eu não sei ou eles desconhecem o pouco que sei. O filtro só veio embutido mesmo em uma pequena parcela da humanidade?
Oh, a ignorancia é uma benção, mas por si só torna-se maldição.

Quanto mais precisamos mais vagarosamente corre o tempo, as horas, os dias, as semanas...
Fome e falta de dinheiro são deveras pertubadores.

Acabei Schopenhauer... estou postando com um grande delay e comecei a ler Crime e Castigo do Dostoiévski. Na verdade, já estou quase na metade. Um pouco maçante... por mais que doa um pouco admitir isso de um clássico conterraneo.

E aclamado pelos críticos e considerado um romance da mais alta qualidade. Ainda não tenho a opinião completamente formada. De qualquer forma, acho importante, alguém como eu, ler um pouco mais da literatura considerada clássica.

Estava ouvindo Pearl Jam e por alguns instantes senti algo estranho dentro de mim, algo bom e poderoso, uma sensação plena, de felicidade e principalmente de capacidade.... Pena que passou.

(obs.: arrumo posteriormente a acentuacao do post)  Arrumado!